SOMOS CABEÇA, CORPO E
MENTE
Não é bobagem
falarmos que desde a concepção existem milhares de fatores que influenciam o
desenvolvimento humano, afinal, somos gerados no ventre da mãe mas, planejados
ou não, aqui fora. Neste mundo cheio de surpresas e acontecimentos
inexplicáveis, inesperados e algumas vezes incompreensíveis aos olhos e ao
coração.
É magnífico pensar que o bebê abre os olhos,
mexe pernas e braços e soluça dentro da barriga. Não há como não nos
indagarmos:
- O que mais
consegue fazer lá dentro?
Lá tudo parece
tranqüilo e acolhedor, e o aconchego da barriga da mãe por mais distante que
irá se tornar na lembrança, nos remete a uma paz que todos almejamos.
Quando nasce, o
bebê já está sobre a mira de muitas pessoas: médicos, parentes, curiosos e os
autores principais do início da sua história: os pais.
Infelizmente,
algumas vezes apenas a mãe, sem o apoio e a companhia da figura paterna. Parte
do caminho começa a ser trilhado no meio de um turbilhão de dúvidas e
inseguranças, principalmente quando ele é o primogênito.
Por maior amor
e preparação que a mãe tenha, não depende unicamente dela a formação e o
desenvolvimento saudável desta criança, tão pouco se o pai estivesse junto.
Existem muitos fatores responsáveis pelo desenvolvimento, muitos deles não
relacionados à capacidade genética.
Quando
planejada e desejada, cada movimento é observado com olhos de “coruja” e,
supervalorizado, sem falar no estímulo que recebe cada vez que é acariciado,
embalado ou simplesmente trocado.
Bebês requerem
cuidados extremos e o pediatra possui um papel importante a medida que
aconselha os pais nos primeiros meses de
vida, e analisa pelas consultas o real desenvolvimento da criança. Também
esclarece as diferentes etapas do desenvolvimento alertando-os para possíveis
acidentes domésticos.
Criança é vida,
é sorriso espontâneo, é curiosidade, é passos de elefante cada vez maiores,
conforme o meio em que vive e os marcos desenvolvimentais atingidos.
A qualidade da
maternagem significa procurar fazer o melhor pelo seu filho, mesmo que ele não
corresponda totalmente as expectativas, implica dar sentido as mínimas coisas,
um olhar diferenciado para cada passo da criança, uma busca incessante de
oferecer aos pequenos uma vida saudável
, permeada de afetos e cuidados.
A interação do
bebê e o grau de atividade vão se constituindo dia-a-dia , demonstrando o
quanto a criança é capaz de amadurecer, fortalecer laços e praticar
movimentos variados através da
exploração do ambiente e das dinâmicas sociais.
Durante os
primeiros anos de vida as aquisições são muitas e ocorrem muito rápido. Por
isso acreditamos que nunca é demais “ olhar “ e curtir esta criança em todas as
fases, pois o tempo urge. Não para o
desenvolvimento absoluto, porque é um processo longo, mas para determinadas
etapas.
Os primeiros
bocejos, o sorriso reflexo, a movimentação da cabeça a procura de um objeto, o
movimento de pinça com os dedinhos, o andar sem apoio, o abraço sem medida de
força, a boquinha suja pela experiência de comer sozinho, entre tantas outras...passam!
Tudo isso passa. Só não podemos esquecer que a exploração do mundo ao redor
também está ligada a “ confiança básica” que
a criança necessita para desenvolver suas potencialidades.
Conversar com o
bebê é, além de dar amor, significar a sua vinda ao mundo e fazer-lhe sentir
que é sujeito bem quisto no lar e na sociedade.
Passa-se do
aconchego da barriga para o colo, onde o vínculo que esta sendo construído é
fundamental para a criança se sentir segura e aflorar capacidades cada vez mais
complexas. Ainda assim, há crianças que necessitam de um objeto transicional
para conseguirem superar as dificuldades da separação ( cobertor, fralda,
boneco, etc).
Os pequenos
crescem numa velocidade assustadora. O sossego pode até acabar numa casa que a
criança começa a caminhar, mas a graça e a desenvoltura daquelas perninhas semi abertas para ganhar equilíbrio, nos
remete a sorrisos fáceis, a momentos únicos e a certeza de que este serzinho
pode ir mais além.
Repentinamente as fase denominadas por Piaget começam a
aparecer nas crianças se, seu desenvolvimento esta dentro do que podemos
considerar padrões normais . A presença de doenças agudas ou crônicas e
deficiências físicas podem acarretar problemas, mas jamais incapacidades. A
criança é capaz de superar muitas limitações, dependendo do contexto onde esta
inserida e a participação da família, da escola, cuidadores, etc.
Somos cabeça, corpo e mente porque
nossa formação e desenvolvimento saudável se dá através
de muitos fatores: físicos, emocionais, psicossociais.
Não basta o
bebê crescer para os pais e para o mundo, mas para sí mesmo, encontrando no corpo,
estímulos para a caminhada e a corrida para o aprendizado, na cabeça o juízo para boas escolhas e
bons valores internalizados, e na mente
um cenário prazeroso da vida, para que esta seja ressignificada sempre que
necessário!
Trabalho do Curso de Especialização em Psicopedagogia
Graciela Barros